Coroa de Concreto

Publicado em 07/05/2025

Ela subiu devagar, degrau por degrau, até conquistar o topo do gueto. Originada no coração da comunidade como Isabel, ninguém usava seu nome de nascença. Era Coroa. Nos trilhos onde cresceu, a lei nunca surgiu, e a justiça sempre visitava tarde — quando chegava. Sendo assim, a guria aprendeu desde cedo que era o mundo não era afável com mulheres malocas e pobres.

Desabrochou fitando tiros nos becos e escutando conversas de maleitosos no bar. Aos 20 anos, era a cabeça por trás das rotas de carga e da calada mantida entre as moradias de tijolos crus. Mas não se enganava: era mais do que crime. Era estratégia, era manuseio, era sobrevivência, uma arte aprendida na dor constante. A fedelha não liderava por ameaças e, sim, por respeito!

Controlava o morro como uma prefeita não eleita: pagava escolas de crianças, botava luz onde o Estado não colocava, mandava parar tiroteio quando precisava proteger pessoas. Entretanto, poder chateia — sobretudo quando é mulher quem o executa. Esse percurso longo foi reduzido em alguns episódios, siga o índice de notícias para compreender como a protetora virou o foco.

Aurora


Autor: Aurora
Publicado em 07-05-2025 21:30:04

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