Amanheceu e eu já me encontro faminto. Ando alguns metros e já consigo observar a minha caça. Não é muito grande, há mais pelos do que carne com certeza, entretanto é o suficiente para saciar o meu apetite matinal.
Está ficando tarde, durante a manhã fiz apenas algumas atividades, nada que custasse minhas energias, pois eu não deveria ter acordado tão cedo. Vou dormir para que a minha rotina à noite não seja prejudicada.
Finalmente está de noite, agora chegou a minha hora de acordar.
AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
É como o ditado diz: trabalhe enquanto eles dormem. Pois bem, irei trabalhar indo atrás desses desavisados que tanto dormem.
Provavelmente agora estou entre a noite e a madrugada, então irei dormir. Mas antes irei limpar o sangue em minha boca no lago que tem aqui próximo.
AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!

Sabem, não se trata de uma competição entre lobos. É um balanceamento. Temos, pois, que alimentar os dois lobos. As emoções, porque elas fazem parte de nós e fazem-nos ver as coisas a uma certa forma, mas não podemos deixá-las dominar. Depois temos que alimentar o nosso lobo racional para que esta também apareça com o seu olhar analítico para o mundo. Tipicamente, nutre-se de imagens de um futuro melhor que são criadas pelo nosso córtex direito. Podemos alimentar os dois lobos meditando e pensando nas coisas, mas a verdade é que muitas vezes fazemos isso no nosso subconsciente. Aquilo que não está conscientemente presente no nosso cérebro ativará o nosso lobo bom e alimentará o nosso córtex direito, a outra parte do cérebro responsável pela tomada de decisões.

- Bailed

Está anoitecendo, e as árvores balançam, o vento está forte, como se a chuva fosse vir a qualquer momento.
Eu vejo movimentos, escuto passos, tudo está ampliando!
Turistas vem passear na floresta a noite em busca de aventuras, eu fico nervosa, ás vezes eles querem se aproximar para tirar fotos, e isso não me agrada!
Vejo flashes que distorcem minha visão!
Estou com fome, mas não posso me deixar levar, preciso parar de matar!
- Não se aproximem, saiam de perto, quem são vocês, parem com esses flashes!
RRRRRRRRRR, corre, corre, corre, corre!!!

Caramba, que noite foi aquela, ainda bem que eu consegui me controlar e sair de perto!
Amanheceu, o tempo está tranquilo, os pássaros cantam, as árvores estão em paz, o dia está lindo,
tem alguns turistas na floresta hoje, mas não sei o que acontece, eu deixo eles chegarem perto, mas a noite, tudo se transforma, inclusive eu!

Caminhando pelo bosque sigo o trilho do luar que me guia até ao ponto mais alto para poder sentir o cheiro da noite coberta de pinheiros e azevinhos, oiço uivos de outros lobos solitários ao longe marcando a presença e respeito á deusa da noite esperando que mude o destino dos solitários.

Solitude Pacífica

A minha experiência sendo um lobo por um dia não foi nada fácil. Isso porque tive que me virar na floresta para conseguir me proteger do frio, dos caçadores que queriam minha pele como casaco e até mesmo de outras alcateias que insistem na ideia de que precisamos disputar território uns com os outros. Eu particularmente odeio violência, ainda mais se tratando de uma disputa por coisas que não têm nossos nomes cravados num documento.
É de se esperar que eu tenha andado sozinha o dia todo. Considero a solitude uma grande amiga, uma parceira e tanto na minha caça por alimentos. Antes que você se pergunte: não, eu não me senti melancólica por estar isolada do resto. Pelo contrário, para mim, é como diz o ditado: antes só do que mal acompanhada.
A noite de ontem, o dia dessa experiência, estava com um luar maravilhoso. A Lua estava cheia, branca como neve, brilhava tanto que meus olhos ofuscaram ao encará-la. Foi um momento contemplativo e contagiante, já que comecei a uivar para ela intuitivamente. Não entendi o porquê, mas fiz.
Eu senti bastante calor, apesar de não correr tanto. Meu pelo era acinzentado, meus olhos tinham um tom meio caramelizado, minhas patas eram grossas e pesadas e minha cauda era bastante peluda. Cá para nós, eu seria um baita tapete (mas não agora, por favor, Universo).
Apesar dos medos, da noite fria e solitária, ser lobo por um dia foi maneiro. Recomendo!

Já fazem algumas luas que me perdi de minha matilha, fui deixado para trás logo após um ataque de urso, sai vivo por pouco, me esgueirei até o interior de algumas árvores velhas, perdi as contas de quantas vezes tive que uivar para a lua em busca de meu grupo, acho que agora aceitei que estou sozinho.
Devo aproveitar o dia pra encontrar alimento, já faz muito tempo que me contento com lebres e roedores, outro dia consegui uma carcaça de cervo, mas quase não tinha sequer um resquício de carne, caçar sem uma matilha não tem sido nada fácil.
É inverno, caçar nessas condições não tem me ajudado muito, quando cair a noite preciso me aquecer em algum lugar, mas nesse ritmo ficarei sem energias... E- ei espera! Aquilo é um alce abatido? Sinto o cheiro, é recente! - Rapidamente corro em direção ao corpo no chão. RAAAWR!! RAAAAAWWR!! RRAAAAAWRRR!!! Me deparo de frente para uma alcateia, mas essa não é a minha! *Rosnando de volta*. Acho melhor eu pensar em uma forma de fugir daqui, vou acabar me dando mal, não tenho energia pra entrar em uma briga nem com o menor lobo do grupo, acho melhor apressar o passo e sumir daqui! - Rapidamente corro em direção a floresta de pinheiros. Não foi dessa vez...
A lua já está aparecendo no céu, estou tremendo de frio, seria esse o meu fim? Já faz três dias que não como uma boa carne, essa é a noite mais fria que enfrentei até então, não tenho mais esperanças... A única coisa que consigo fazer neste momento é caminhar até cair no chão nevado e aceitar o meu destino. E-espera! que cheiro é esse? eu já senti antes, essa luz? não é a lua, é quente, e parece o sol... Preciso ver o que é isso! - Em uma tentativa desesperado tento encontrar o lugar iluminado, que figura é essa? Aquilo é um humano? eles são perigosos! - Era o que eu pensava, mas esse humano era diferente, ele parecia tão preocupado quanto eu, estava tremendo no chão, e a única coisa que o mantinha aquecido era aquela fonte de luz quente que derretia a madeira. Acho que já não importa mais me preocupar com isso, em uma última tentativa de sobreviver ao frio extremo, me deito junto daquela criatura, que com suas duas patas gigantescas aqueceu os pelos de minha nuca, não tenho escolha se não confiar nele. - Nesse momento sinto o suspiro partindo dele, e consigo relaxar por um momento, é quando adormeço.
Na manhã seguinte sou acordado por um cheiro de carne, mas parece diferente da que costumo caçar, estava quente e parecia que se misturava junto ao cheiro que saia das brasas, foi quando o homem me trouxe um pedaço daquele alimento, ele sentou próximo a mim e desleitamos de um enorme banquete. Acho que esse humano quer ser meu amigo! Podemos formar nossa alcateia. - Ele me aconchega dentro de uma coisa estranha de madeira com couro que sai deslizando pela neve, pra onde ele está me levando? Dentro de algumas horas chegamos em um lugar gigantesco feito de madeira. "Bem-vindo, essa é a nossa casa! - Disse o homem com um sorriso ao abrir uma parte de madeira daquele lugar. Parece aconchegante e quente, acho que posso viver nesse lugar.

Ao meio da noitada sombria e fria, eu me encontro me aquecendo com a minha matilha, nunca tem sido fácil ser um lobo, ainda mais nas noites de lua cheia. Sendo lobo ou humano, no final todos mostram sua fera interior. É assim ser um lobo, ser solitário, mas nunca caçar sozinho, nunca viver sozinho.

A escuridão ao redor da floresta era esmagadora. Tentava não tropeçar nas raízes, e conseguia enxergar a visão turva da floresta. Os sentidos do Lobo Negro eram mais sensíveis do que todos os seus sentidos inferiores: o estalido de um graveto, os arbustos que farfalharam, os rosnados de feras surgindo da terra com um movimento furtivo e feroz, espreitando suas presas. Ou o zumbido de um inseto que ecoava pelo ar com ressonâncias de um gongo. O Lobo Negro prosseguiu até adentrar ao coração sombrio da floresta. Será que o lobo conseguia pensar nos maiores riscos de prosseguir em uma floresta escura e vazia? O pio da coruja rompeu o silêncio de morte. O Lobo observa a coruja voando mais baixo, à procura de seu alimento noturno. O Lobo seguia pela escuridão, que rapidamente se esvaía. Alguns metros de distância de sua jornada, no céu negro, urubus recém-chegados voavam em um círculo lento e hipnotizador. Parecendo que estavam fazendo espirais no céu de trevas, espirais do horror. Eles esperavam atentos a doce morte que o Lobo estava destinado a ter...
A Fera Noturna tentava não cair no chão da floresta, estava faminto e o sangue seco e viscoso em suas presas afiadas. O cansaço o percorria em ondas, enquanto o sangue circulava em todo o seu corpo. Decidiu atravessar o lago que estava cor de lama, o lodo do fundo constantemente a revolver. O Lobo então, mergulhou fundo, dando impulsos forte e feroz com as patas na água lodosa. Um galho de espinhos secos passou por seu focinho, deixando-o desorientado. Perdendo o rumo. Não sabia mais para onde nadar. Não conseguia mais distinguir um caminho do outro. O Lobo foi engolido pela água lodosa e sangrenta, enquanto o seu ferimento se abria deixando exposto seu focinho deformado, jorrando sangue sem parar. O pavor minando-lhe a confiança de chegar até o final. E foi ficando pior, até que o lobo se perdeu totalmente e foi engolido pelas águas lanosas e impiedosas.

Um dia sendo lobo... Vivemos em grupos sociais denominados de alcateias.
De maneira geral, as alcateias são formadas pelos progenitores e seus filhotes.
Somos animais que apresentam grande capacidade de comunicação.
Essa comunicação pode ocorrer por meio da vocalização, famosos uivos
ou por meio da linguagem corporal e por marcação de território.
Os lobos geralmente dão à luz cerca de cinco filhotes, após uma gestação que dura entre 61 e 64 dias. A fêmea prepara uma toca, antes do nascimento dos seus filhotes, para que ali eles possam viver durante seus primeiros dias. Os filhotes utilizarão as tocas até que atinjam oito a dez semanas de idade.
Os filhotes começam a caçar com outros indivíduos quando atingem aproximadamente dez meses de idade.

Hoje é uma madrugada especial, tal como todas as madrugadas de lua cheia. Ao longe, ouço o uivo anunciando que é o momento ideal para iniciar a caça. Os melhores dias são o de lua cheia pois, apesar da nossa ótima visão noturna, o clarão da lua colabora muito no encontro de nossas presas. Parte da alcatéia cinzenta já está preparada quando eu me aproximo. Então, seguimos com o macho alfa liderando o grupo. Recentemente, as caças têm sido mais pacíficas, desde que expulsaram um certo lobo que estava agindo de maneira irresponsável, colocando nossa alcatéia em risco, atrapalhando a caça e tornando a convivência quase impossível. Um lobo solitário é o que ele se tornou. De repente, diminuimos os passos. O faro conjunto detecta algo familiar. Temos uma presa alguns metros daqui. Cuidadosamente, nos aproximamos com a nossa estratégia de espécie, cercando em polígono um veado. Esse momento exige agilidade, ou a presa pode fugir em poucos segundos. Com sucesso, nosso alimento foi garantido. Nossos dentes são apropriados para que até os ossos sejam triturados, nada é desperdiçado. Quando o sol começa a aparecer, mais um uivo ressoa no ambiente, dessa vez para anunciar que a caça terminou e é hora do grupo se reunir e voltarmos. Assim encerramos, e descansamos durante o dia até o momento de repetir tudo novamente em algumas horas.

Em mais um dia como lobo, ando pela floresta em busca do meu café da manhã, prefiro muitas vezes ter algo mais leve para devorar, que tal um coelho? É uma ótima escolha. Minha vida é caçar, eu amo, apesar de também gostar de me divertir com meus outros amigos lobos. Como mais um dia típico, vejo vários coelhos próximo ao bosque das tulipas, mas eu escolho apenas um para devorar, eu sou bem humilde em relação a isso. Porém, logo mais, vou querer um banquete daqueles... Ao anoitecer, fico de guarda para proteção de todos os meus amigos e familiares, nada de ruim pode acontecer com eles enquanto pastoro por todo o local. Nessas horas também fico louco de fome e não vejo a hora de caçar novamente, mas dessa vez, uma zebra! Sim, bem mais difícil que um coelho, mas também, bem mais saborosas, são minhas preferidas. E essa é minha vida típica como lobo na floresta dos Tfiws.

Um dia sendo lobo. Definitivamente uma experiência única. Acordamos tarde pois somos animais noturnos, e logo fomos caçar o café da manhã e eu me sentia mais forte e rápido do que nunca, era um lobo, afinal. Comer a carne crua de um pobre animal que consegui pegar fora horrível para meus olhos, mas meu corpo de lobo adorou. Andamos em matilha de um lugar para o outro. Sempre os mais fortes protegendo os mais fracos. Aquilo era fascinante, o jeito em que dividiam a matilha. Todos respeitavam e ajudavam uns aos outros, completamente diferente dos humanos. Andamos e caçamos até o anoitecer, que foi quando finalmente paramos em um local agradável, perto de um rio, onde poderíamos passar a noite tranquilamente. Fui até o rio para beber água e aproveitei para olhar meu reflexo na água. Ser um lobo era completamente diferente de tudo que eu já havia imaginado. Alguns de nós, incluindo eu, passaram e noite em claro, apenas para nos certificar que o resto da matilha dormiria em paz, revezamos turnos caminhando um pouco mais para longe e tudo estava muito calmo. A noite foi tranquila e todos estavam bem. E lá se foi um dia sendo lobo.

No primeiro momento eu me sentiria estranha, afinal é um novo corpo e uma nova sensação... Eu começaria andando pela floresta, explorando e tentando me adaptar ao novo ambiente em que eu viveria, procuraria um abrigo e tentaria encontrar novos lobos como eu. Em algum momento eu sentiria fome, então teria que caçar alguns alimentos para eu comer e poder alimentar àqueles que estivessem comigo. Ao final do dia eu iria descansar, ficar num local bem quentinho pois aquela floresta é bem fria a noite. No dia seguinte continuaria minha nova vida, lidando com os desafios e rotina de uma loba.

De conhecimento gerais muitas pessoas acham que lobos se baseiam em apenas uivar para lua sem nenhum proposito algum, entretanto é apenas um achismo um pouco comum... eu sendo um mamífero canídeo do gênero "Canis" tenho total liberdade para retratar a verdade sobre nós lobos, espero que estejam preparados para isso... é comum dizer que somos criaturas da noite, mas vocês já pensaram por qual motivo? assim como há milênios existem amantes do sol, também existe amantes da lua na qual nos encaixamos, mas por qual motivo? sei que vocês estão com essa dúvida, é a mais comum, assim dizendo... "vocês fazem algum tipo de ceita?", "vocês apenas gostam de caçar a noite?", entre inúmeras perguntas... por mais que seja favorável algumas coisas de modo noturno, infelizmente este não é o real motivo no qual apenas gostamos da noite, tem todo um significado por trás e eu estou aqui para revelar ele. Como criaturas noturnas e amantes da lua, nosso principal motivo para uivar, apenas sair a noite e caçar... é pelo simples motivo do brilho da lua ser como um feixe de luz em um diamante, isso acalma nossas almas e simplesmente traz um ar harmônico e de muita sorte, dessa vocês não sabiam né? este é o principal motivo de amarmos tanto a noite e sempre estarmos unidos, um por todos e a lua por nós.

Existência Bravia

Ao chegar no topo da montanha de chão branco e gélido, devido a neve que se propagou durante a noite, descanso a parte traseira de meu tronco sob o gelo. Meu olhar roda pela paisagem, filtrando-o nas árvores ao horizonte que balançavam em um loop infinito entre a corrente de ar.
O murmuroso som da coruja que se escondia no intervalo dos galhos finos se propagava no silêncio daquela noite. Elevo meu olhar para o luar que se encontra cheio. As constelações se interligavam de um modo que formavam um esboço no qual não consegui definir.
Gostaria de vagar pela floresta, precisava me alimentar. A última caça havia sido há duas trevas atrás e não iria suportar mais uma escuridão sequer. Mas... aquela vista, me prendeu. Sabia que igual àquela visão, não haveria em outro dia. Portanto, terminei de repousar todo o meu tronco no gelo. Agora, eu só queria saber de apreciar a noite e, nada mais.

Eu vivo em grupo que é conhecida pelo nome de "alcateia", são a minha família. Nessa alcateia há um casal dominante chamado de alfa, outro casal, chamado beta, que fica com o "comando" secundário do grupo e um lobo ômega que ganha esse nome por ocupar a menor posição na hierarquia da alcateia... .O macho alfa é quem toma as decisões na alcateia, ele tem a força e habilidade de caça superiores à de todos nós. Sua companheira, comanda as fêmeas do grupo, e é a vice-líder, isso é, na ausência do alfa é ela quem toma as decisões pelo o grupo. A sobrevivência da alcateia depende da sabedoria e liderança desse casal alfa. É o macho alfa quem decide aonde a alcateia vai dormir, caçar e determina quem vai comer (depois dele, é claro). Se houver filhotes na alcateia, todos os lobos são responsáveis pelo bem estar dos infantes, e a fêmea beta exerce o papel de babá. O lobo ômega é sempre o último a comer, e é tratado como bode expiatório da alcateia. Apesar disso, ele é também protegido, afinal ele é da família. Mas a cena de uma alcateia a caçar uma manada de caribus é emocionante. Primeiro, o lobo alfa encontra a manada e depois coordena a caçada. Ao perceber a presença dos predadores caninos, a manada de caribus dispara na direção oposta. Os animais velhos ou doentes, ficam para trás e o lobo alfa toma a sua decisão, atacando o caribu mais debilitado. Então a alcateia segue o exemplo do líder e a "janta" está garantida. Mas nem sempre as caçadas são bem sucedidas. O tamanho da alcateia varia muito, mas tem em média de cinco a dez lobos, a nossa resistência é algo impressionante, pois podemos ficar até quatro dias sem se alimentar e ainda temos disposição e força para caçar.

Hoje pela manhã acordei bem cedo junto com os líderes da minha alcatéia, pude sentir o vento gelado em meus pelos. Os líderes ainda não tinham achado nenhum alimento para servirmos aos menores, então tivemos que caçar para garantir nossa primeira refeição do dia. O céu ainda estava um pouco escuro, pois tinha caído uma tempestade na noite anterior, quando saí com meu bando pude ouvir barulhos de cervos andando próximo as Árvores frutíferas, com passos lentos fomos nos aproximando do alvo, então na hora certa saímos correndo, sentia meu coração pular do meu peito, cada membro do meu corpo se esforçando ao máximo para conseguir alcançar aquela presa, quando cravei meus dentes no pescoço do cervo, senti o sangue dele escorrer pela minha garganta, então era a hora do descanso. Levei toda refeição para alcateia e lá todos comeram e se sentiram satisfeitos, pela tarde outro grupo que cuidou de nossa refeição, enquanto eu e alguns companheiros ficávamos de guarda na entrada de nossa caverna, aquela noite era muito importante pros lobos, pois 4 fêmeas iriam dar a luz.
A tarde passou voando como uma estrela cadente, então anoiteceu, foi uma das noites mais lindas que eu pude ver em toda minha vida, o céu estava repleto de estrelas e as fêmeas estavam uivando de dor, quando o primeiro filhote nasceu, toda alcatéia começou uivar e assim sucessivamente. Sem nenhuma sombra de dúvidas foi um momento muito especial para alcatéia, todos nós festejamos uivando para comemorar o nascimento dos 6 filhotes.
Após o nascimento dos filhotes, a alcatéia se dividiu e alguns ficaram de guarda pela noite, já eu fui descansar por ter ficado pela parte da tarde, quando deitei pude ouvir o barulho do vento nas árvores e as pequenas pedras caindo na caverna, aquela noite foi bastante fria, então dormimos um perto do outro para aquecer os filhotes.

Meus olhos se abriam ouvindo o som ambiente das árvores e pássaros cantando junto do vento, me levantei antes que minha alcateia toda acordasse para passar aquele curto período de tempo sentado a beira de uma nascente onde o ar era fresco, pois o dia seria longo para o bando. Nossas patas pisavam no solo com cautela para não assustar as presas, estávamos caçando. Avistei um cervo tendo sua refeição e logo três de nós se abaixou para observar. Estava bem saudável de vista, podia ouvi-lo mastigar, ele não sentia seu destino vindo. Já estávamos perto o suficiente para atacar, então sem que o cervo pudesse reagir um filhote pulou em cima de sua cabeça e cravou seus dentes no pescoço do animal. Era sua primeira caçada então demos a honra a ele. Havia o bastante para todos, então comemos até descansar.
Metade do dia se passou, e estávamos voltando ao nosso território como de costume, até ouvirmos algo na floresta. Eram animais bípedes muito estranhos, carregavam coisas enormes, eram uma ameaça. Nos escondemos se preparando para atacar, mas não sabíamos com o que estávamos lidando. Um dos nossos foi visto e pego com um barulho imenso vindo de uma das coisas estranhas que aqueles seres carregavam. Foi disparado no peito dele, e logo em seguida mais dois atiraram nele, não era algo que podíamos lidar no momento, então a alcateia inteira fugiu para sobreviver. Perdemos mais um companheiro no caminho, aquilo era ruim, assustador, nunca pensei que iria presenciar algo bizarro assim.
Ao chegar no território já anoitecendo bebemos a água da nascente e fomos deitar. Antes de fechar meus olhos jurei compensar a vida de meus companheiros mortos cruelmente, jurei caçar aqueles seres nem que eu morra tentando.

Me pergunto como seria minha vida se tivesse nascido um coelho. Tão fofos e frágeis, suas pelugens são brancas como o luar e são facilmente encontrados à noite. Sempre andam com medo, pois sabem que não estão no topo da cadeia alimentar. Uma realidade oposta à minha, pois sou um grande e feroz lobo. Como lobo, eu costumo dormir durante o dia e guardar forças para o grande evento noturno: a caça. Corro atrás de animais menores e maiores que eu, sempre sabendo que é uma questão de tempo até alcançá-los. A adrenalina de estar correndo a 15 km/h é quase a melhor sensação que conheço. ''Quase'' pois perde para esta: estar me deliciando com carne e sangue fresco. O corpo macio da minha presa agarrada em meus dentes, seu sangue escorrendo pela minha garganta, sentindo as últimas batidas de um coração acelerado, é uma dádiva ser um caçador. Durante a noite, espreito a noite sem um pingo de medo, pois sei que sou a pior coisa que pode aparecer no escuro. Por trás das árvores, dos arbustos, perto do rio, sou eu quem domino a floresta, posso explorá-la o quanto eu quiser. Depois de uma longa noite caçando, deleito-me com a luz do luar, a única que me acompanha em minhas jornadas. A ligação que sinto com a lua é o único fragmento sentimental na minha mente predatória. E assim, me despedindo da lua, escondo-me da luz solar, recuperando meu corpo para os próximos abates noturnos.

Pelos olhos da fera.

No começo desse dia estranho, senti que me nasceram garras, afiadas , ao redor do meu corpo havia pelo cinzento, que me tornava um manto macio, mas sentia algo mais do que somente a mudança na aparência física, algo dentro do meu ser , agora queria correr livremente, e caçar junto de outros companheiros, quando me vi em um espelho d'água, entendi o meu desejo interno, eu tinha me tornado um lobo virtuoso, via nos meus olhos, além de um forte azul brilhante, uma força, algo similar a fúria , essa tal fúria se ascendeu ainda mais quando vi uma presa na minha frente, um jovem veado, meu instinto agora era de alcançar o pobre Animal para me alimentar, e parece que eu não estava sozinho, havia minha alcatéia toda olhando a presa, e estavam esperando um sinal, me dei conta que era eu que tinha que dar o alerta de começar a caçada, e assim o fiz com um único uivo estrondoso,assim, todos os outros foram atrás do veado, que nem teve chance de conseguir correr, a sensação de dever cumprido foi algo fantástico, e pensando bem, era assim que todo lobo deve se sentir.

Bom, ser um lobo não é uma tarefa fácil, mas apesar de suas dificuldades, há também seus momentos eufóricos. Um alfa em meio a lugares perigosos, protegendo a seus entes é sinônimo de orgulho perante aos mesmos, e de medo perante predadores que tentam nos atacar. Sempre me esforçando para proteger aos meus queridos filhos, pois sem um pai presente quem poderá proteger a nossa comunidade dos terríveis predadores assassinos? Eles em suma buscam alimentar-se de nossas carnes, e utilizar de nossas peles para roupas e objetos de uso próprio. Chega disto! De agora em diante, protegerei com minha vida aqueles que eu amo, e se for necessário, matarei quem tentar se quer ferir um irmão ou filho meu. Diante disto, deixo minhas condolências a todos os lobos alfas que participam de nossos arredores. Até mais o/

Bom, ser lobo não é fácil, mas apesar dessa dificuldade, existem momentos de felicidade. Um alfa entre lugares perigosos, proteger seus entes queridos é sinônimo de orgulho de suas vidas e pavor diante dos predadores que tentam nos atacar. Eu sempre tento proteger meus filhos amados, porque sem um pai presente quem pode proteger nossa comunidade dos terríveis predadores assassinos? Em suma, procuram se alimentar de nossa carne e usam nossa pele para roupas e artigos para uso próprio. Chega disso! De agora em diante, protegerão com minha vida aqueles que amo e, se necessário, matarei quem tentar prejudicar meu irmão ou meu filho. Diante disso, minhas condolências a todos os Alpha Wolves que se uniram ao nosso círculo.

Os lobos vivem em ambientes naturais e sempre em grupos as chamadas alcateias. As alcateias são os grupos familiares dos lobos onde são separadas as tarefas pelo lobo alfa, onde os machos são encarregados de caçar e as fêmeas ficam cuidando dos filhotes. E como caçam sempre em grupo para facilitar que pegam presas grandes como veados, alces e javalis. Após a volta dos machos todos se alimentam juntos.